
Dirigir é uma habilidade e representa uma rotina diária e necessária. No entanto, para algumas pessoas, o ato de pegar no volante é acompanhado de medo e ansiedade. Como saber onde a linha entre um medo normal e uma fobia é desenhada? Vamos explorar esse assunto.
Medo de dirigir: uma reação natural
O medo é uma resposta emocional que ocorre diante de situações que percebemos como ameaçadoras e é necessário para nossa proteção. Quando estamos aprendendo a dirigir ou enfrentando uma situação nova no trânsito, é absolutamente normal sentir um certo nervosismo. Em situações cotidianas, o medo de dirigir pode ser uma resposta saudável de alerta. Ele nos faz estar mais atentos ao ambiente, é transitório e tende a desaparecer com a prática e o ganho de confiança.
Fobia de dirigir: quando o medo se torna um problema
Agora, o que acontece quando esse medo se transforma em algo mais intenso e duradouro? Quando o medo de dirigir ultrapassa os limites do normal e interfere significativamente na vida da pessoa, ele pode ser diagnosticado como uma fobia. A fobia de dirigir, também conhecida como amaxofobia, é um transtorno de ansiedade caracterizado pelo medo irracional e avassalador de dirigir. Esse tipo de medo vai além da preocupação saudável e entra no campo da impossibilidade de controlar as emoções, frequentemente gerando crises de pânico, suores, falta de ar, boca seca, sensação de coração acelerado, entre outros sintomas físicos e emocionais.
O principal aspecto que distingue a fobia do medo normal é a intensidade, a persistência e ausência de fatos reais. No caso de uma fobia, a pessoa sente um medo extremo, muitas vezes sem uma razão lógica ou concreta, apenas pelo simples movimento de se imaginar dirigindo ou pensar no trânsito. Dessa forma, evita completamente a situação que provoca esse medo. A fobia de dirigir pode limitar profundamente a vida de uma pessoa, impedindo-a de realizar tarefas cotidianas, como ir ao trabalho ou levar os filhos à escola.
Exemplos de sensações e comportamentos que podem se configurar como amaxofobia:
- Sentir uma ansiedade tão intensa ao volante que leva a crises de ansiedade e sensação de “esquecimento”.
- Evitar dirigir a qualquer custo, mesmo quando a necessidade é urgente.
- Experimentar sintomas físicos (tremores, sudorese, sensação de desmaio) apenas ao pensar em dirigir.
Como Tratar o Medo de Dirigir?
Por este motivo, quando se trata de uma fobia, o tratamento psicoterapêutico é extremamente necessário para ajudar a pessoa a retomar o controle sobre sua vida. A Terapia cognitivo-comportamental é eficaz para auxiliar na identificação e na mudança dos pensamentos distorcidos e nas crenças negativas que alimentam a fobia e aceleram os processos de resposta fisiológica. Ela também ajuda a desenvolver formas saudáveis de lidar com as situações e regular as emoções, de forma que essas não dominem o corpo e o comportamento. A exposição gradual ao ato de dirigir, que é uma técnica utilizada na terapia cognitivo-comportamental, pode ajudar a pessoa a aumentar sua confiança e superar o medo, com autonomia e autoconfiança.
Caso você se identificou com os sintomas apresentados e sente que seu medo de dirigir está além do normal e está impactando sua qualidade de vida, buscar apoio psicológico pode ser um passo importante para superar essa barreira e retomar o controle da sua liberdade ao volante. Lembre-se de que você pode procurar ajuda, pois não está sozinho nessa jornada.