A sensação de "branco" que você pode sentir quando tem medo de dirigir é uma resposta comum ao estresse ou ansiedade. Ao enfrentar uma situação que causa medo ou ameaça, o corpo ativa o sistema nervoso simpático, que faz parte de uma resposta de luta ou fuga. É como se seu cérebro entendesse que “você está em perigo” e precisa fugir, precisa lutar. Nesse momento, a parte frontal do cérebro, responsável pelo planejamento, pela tomada de decisão e pelo pensamento racional fica bloqueada e por isso a sensação de que “não lembro de nada sobre o carro”.

    Isso ocorre quando a emoção chega a um nível exacerbado de medo e geralmente não está relacionada a uma situação real ou possível de ocorrer. Mas sim, por pensamentos automáticos que acreditamos serem verdadeiros. Como: “não sei controlar o veículo”, “vou causar um acidente”, “melhor não dirigir”... E a partir do momento que dedico minha atenção a esses pensamentos e a emoção é ativada, pode resultar em várias reações físicas e emocionais:

1. Diminuição da capacidade cognitiva: O medo e a ansiedade podem reduzir temporariamente sua capacidade cognitiva, tornando mais difícil processar informações e tomar decisões. Isso pode fazer com que você se sinta desorientado ou como se estivesse em um estado de "neblina".

2. Respostas fisiológicas: O medo pode causar uma série de respostas fisiológicas, como sudorese, tremores e aumento da frequência cardíaca, que podem contribuir para a sensação de desorientação ou de estar "em branco".

3. Concentração excessiva e medo de errar: Às vezes, a tentativa de se concentrar demais em dirigir pode fazer com que você se sinta sobrecarregado, especialmente se você estiver preocupado com a possibilidade de cometer um erro.

    Para lidar com essa sensação, pode ser útil compreender e praticar técnicas de relaxamento e respiração, pois estas ativam o sistema nervoso parassimpático, que regula algumas funções dos nossos órgãos e permite que o corpo entre em estado de relaxamento e repouso. Dessa forma, se torna possível responder de forma mais racional as situações que envolvem conduzir um veículo. É necessário ainda um trabalho de reestruturação cognitiva, para que os pensamentos automáticos disfuncionais não dominem e elevem a ansiedade. Exercícios de atenção plena também são importantes na ativação do sistema parassimpático e induzem a respostas mais funcionais. Com a ajuda de profissionais qualificados, você pode ser capaz de realizar seu auto monitoramento, percebendo quando sua emoção se eleva e utilizando técnicas para se manter consciente e focado no controle do carro, no dirirgir.