Dirigir é, para muitas pessoas, um ato de liberdade e independência. No entanto, para quem enfrenta amaxofobia (o medo intenso ou irracional de dirigir), essa experiência pode ser acompanhada de angústia, insegurança e até sintomas físicos de ansiedade. O tratamento psicológico, especialmente pela Terapia cognitivo-comportamental (TCC) é altamente eficaz, mas há um elemento essencial que muitas vezes é esquecido: a rede de apoio.
O papel da rede de apoio no processo terapêutico:
A rede de apoio é composta por familiares, amigos, colegas e pessoas próximas que podem oferecer acolhimento emocional, incentivo e compreensão. No tratamento da amaxofobia, essa rede atua como um “pilar de sustentação” que ajuda o paciente a colocar em prática o que aprende nas sessões de terapia. Enquanto o psicólogo trabalha as crenças disfuncionais, a reestruturação cognitiva e as técnicas de enfrentamento da ansiedade, a rede de apoio pode:
- Validar o esforço da pessoa, reconhecendo pequenas conquistas (como dirigir um pequeno trajeto ou entrar no carro com menos tensão);
- Evitar críticas, pressões ou comparações, que costumam aumentar o medo e a autocrítica;
- Ajudar na prática gradual da direção, acompanhando o paciente em momentos de treino, com paciência e empatia;
- Oferecer segurança emocional, mostrando que o medo é legítimo, mas também superável.
Quando a rede de apoio não ajuda:
Infelizmente, nem sempre o entorno entende a amaxofobia como um quadro psicológico real. Comentários como “é só dirigir” ou “você precisa ter coragem” acabam reforçando a culpa e o isolamento. Assim como externalizar a própria ansiedade no paciente, com a prerrogativa de que “teme que algo de ruim possa acontecer e que isso é para protegê-lo”. É importante que familiares e amigos saibam que o medo de dirigir não é falta de vontade, mas sim um sintoma que precisa de tratamento especializado e tempo para evoluir. Por isso, envolver a rede de apoio nas orientações do tratamento, explicando o que é o medo de dirigir, quais são os gatilhos e como agir de forma colaborativa, pode transformar o ambiente emocional do paciente e acelerar o progresso.
Dicas para quem está apoiando alguém com medo de dirigir:
- Ouça sem julgar. Às vezes, apenas escutar já é uma forma de aliviar a ansiedade.
- Comemore cada passo. O progresso pode parecer pequeno, mas é um sinal de superação.
- Evite assumir o controle. Deixe a pessoa conduzir o processo, respeitando seus limites.
- Aprenda sobre amaxofobia. Entender o que está acontecendo é essencial para oferecer apoio genuíno.
- Encoraje a continuidade da terapia. O tratamento com um psicólogo especializado é o caminho mais seguro para recuperar a confiança ao volante.
Superar o medo de dirigir é um processo que envolve pensamentos, corpo e emoção e ninguém precisa enfrentar isso sozinho. Com o suporte da Terapia cognitivo-comportamental, práticas de atenção plena e uma rede de apoio empática, é possível transformar o medo em confiança e a ansiedade em liberdade.